Fevereiro foi um mês muito positivo por aqui, no que diz respeito às leituras. Dois thrillers, dois romances históricos e um técnico é dos meus recordes pessoais em um mês mas, em minha defesa, foram todos livros maravilhosos e que devorei num instantinho.
Como vos digo, isto de passar duas horas por dia em transportes públicos faz-me ter mais tempo para ler e, ao mesmo tempo, descomprimir do trabalho.
Vamos lá, então, aos livros de Fevereiro 2020
“Laranja de Sangue”
O perigo de me darem bons thrillers é que não descanso enquanto não os acabo. Em “Laranja de Sangue”, Alison é uma advogada cuja carreira está em ascensão. No entanto, a nível pessoal, Alison é uma desgraça. O seu casamento está em queda livre, tem uma relação extra-conjugal com um advogado mais novo, é uma mãe desleixada e, para piorar, é alcoólica.⠀
Tem, agora, o maior desafio da sua carreira – um caso de defesa de uma mulher que, alegadamente, assassinou o marido. Há uma história mal contada mas Alison não desiste de a defender. Enquanto isso, o casamento não melhora, a relação com o amante continua uma confusão e, pior que tudo, começa a receber mensagens anónimas de alguém que conhece os seus segredos e se quer vingar.
Até ao fim do livro vamos acompanhando o caso de defesa de Alison, fazendo figas pelo casamento (sendo que ora odiamos o marido, ora o compreendemos) e esperando que se livre do amante mas nada é o que parece e todos têm segredos a esconder.
Uma coisa é certa – alguém se quer vingar de Alison e poderá fazê-lo de uma forma muito perigosa. É preciso chegar ao fim do livro para percebermos quem é que, afinal, anda a fazer ameaças e quais são os segredos de todos eles.⠀
Um livro intrigante, viciante e, ao mesmo tempo, perturbador. “Laranja de Sangue”, deixaste-me com vontade de ler mais de Harriet Tyce.
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“O Rapaz Do Gueto de Varsóvia”
E vamos lá a mais um livro sobre o Holocausto…
Não me canso de ler sobre este assunto. É certo que todos estes livros me roubam algumas lágrimas e me dão vários socos no estômago, mas são um reminder constante daquilo que o Homem é capaz. E numa altura em que voltámos a ter frequentes discursos de ódio, parece-me de extrema importância mantermos o passado bem presente.⠀
Em “O Rapaz do Gueto de Varsóvia”, passamos do presente ao passado. Mika conta ao seu neto tudo pelo qual passou em Varsóvia durante a guerra. Um relato duro de um rapazinho que vê o avô ser fuzilado à sua frente e que herda o seu bem mais precioso: um casaco no qual se escondem fantoches. Esses fantoches serão a principal alegria de Mika e de todos aqueles a quem Mika os apresenta. Um pouco de luz na escuridão da guerra. Um sorriso numa altura em que só há dor e perda.
Já tinha lido muito sobre o que aconteceu aos judeus. Todos o sabemos. Embora Mika não tenha ido para um campo de concentração, sofreu de igual forma para sobreviver. Mas o que este livro me trouxe de melhor foi pensar no que aconteceu aos soldados alemães após a guerra.
Max foi um soldado alemão que, quando pôde, ajudou Mika. O rapazinho ofereceu-lhe um dos seus fantoches como agradecimento, fantoche esse que foi, também, a fonte de lucidez e esperança de Max quando foi para um campo de trabalhos na Sibéria. Nunca tinha pensado nessa perspectiva, também ela desoladora.
Um livro envolvente, do início ao fim, que consegue trazer o passado até ao presente. Um livro que me fez chorar, que me fez sorrir e que me fez pensar.
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“Os Outros” – C.J.Tudor
O thriller “O Homem de Giz” é o meu preferido de sempre. Por isso, quando soube que C.J.TUDOR lançou um novo livro, foi logo para a wishlist. Tal como esperava, é viciante e não consegui descansar enquanto não o acabei.
Gabe ia atrasado para casa quando, no carro da frente, vê a sua filha a chamar por ele. Embora tentasse seguir o carro, na dúvida se seria mesmo a filha ou uma menina igual, acaba por desistir. No entanto, quando liga para casa, descobre que a mulher e a filha foram assassinadas. Seguro de que a menina que viu no carro é a sua filha, Gabe passa os anos seguintes à sua procura.
Ao mesmo tempo, Fran e a sua filha Alice fogem de alguém. De um homem mau. Alice sofre de episódios em que adormece profundamente sempre que olha para um espelho, e acorda sempre com uma concha na mão.
A história de todos estes personagens está interligada. Há uma rede misteriosa que cobra favores, há consequências para todas as nossas escolhas. Estará a filha de Gabe viva? Que rede é essa, o que pretendem e porquê atingirem a família de Gabe?
A autora escreve de uma forma que nos deixa presos a cada desenvolvimento. Há sempre um toque de sobrenatural que nos causa arrepios na espinha. As pestanas já queimavam e os olhos já ardiam, mas não consegui largar o livro.
Não bateu O Homem de Giz, mas não falha em nada no mistério e no enredo até ao fim. Amantes de thrillers, este é para vocês.
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“Marketing Digital para Empresas”
Apresento-vos um dos livros mais úteis que li sobre Marketing Digital nos últimos meses. O “Marketing Digital Para Empresas” é um livro extremamente completo que compila os conhecimentos de diversos especialistas portugueses nesta área, nomeadamente em:
- Website e Landing Pages
- SEO
- Google Ads
- Redes Sociais
- Email Marketing
- Medição e Performance
Embora o foco seja em empresas, há várias dicas que podem ser aplicadas em bloggers e produtores de conteúdos no geral. Como faço a gestão da presença de alguns negócios online, para mim este livro serviu sobretudo para reavivar algumas estratégias e me inspirar para outras. Talvez por já ter um conhecimento mais profundo na área, o capítulo de Redes Sociais foi o único que não me trouxe nada de novo. Ainda assim, para quem é muito (muito) verdinho neste campo, poderá encontrar algumas dicas. Não obstante, achei-o um livro particularmente útil, que serve para ir consultando e que ajuda a manter o foco naquilo que é importante.
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“O Silêncio das Mulheres” – Pat Barket
Sempre gostei de História. Do tempo clássico dos gregos e dos romanos, dos mitos e dos deuses. “O Silêncio das Mulheres” remonta-nos para junto de Aquiles, o guerreiro feroz e o aclamado herói que todos conhecemos. Mas a história, desta vez, é narrada por uma mulher, Briseida. Sequestrada da sua cidade, Lirnesso, durante a Guerra de Tróia e reclamada como troféu de guerra por Aquiles, Briseida é uma figura conhecida da mitologia grega. Viu o seu marido, o rei Mines, e os seus irmãos a serem mortos pelas mãos de Aquiles, e a sua cidade reduzida a chamas.
Não há o romance que se viu nos filmes, apenas o relato da guerra de Tróia na perspectiva de Briseida, que reflecte aquilo por que tantas outras, então escravas, passaram. No olhar e na vida de quem se viu afastada da sua casa, de quem viu todos os que amavam a morrer à sua frente, a quem tiraram tudo, inclusive a dignidade. Tornaram-se escravas do inimigo e, no entanto, ainda obrigadas a deitar-se com eles e satisfazer todos os desejos. Converteram-se em enfermeiras, em prostitutas, em objectos, deixando para trás as suas vidas passadas.
Ter lido “O Silêncio das Mulheres” trouxe-me uma nova perspectiva relativamente aos heróis desses tempos e naquilo que era, efectivamente, a guerra.
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