Andei um pouco parada no que diz respeito à leitura, é um facto. Não me perguntem bem porquê mas andei aí um ou dois meses sem vontade de ler e mais entregue às séries. Ainda assim, consegui recuperar a corrida e li alguns livros absolutamente fantásticos em Abril, Maio e Junho, incluindo de escritoras portuguesas, o que vale muito a pena a menção. Sim, o que é nacional é bom e temos o dever de promover os nossos autores.
Por isso, e sem mais demoras, aqui fica um apanhado das minhas últimas leituras e, já agora, algumas sugestões para este Verão. Espero que gostem!
“Samitério dos Animais”, de Stephen King
Há autores do caraças, e o Stephen King é um deles. “Samitério dos Animais” foi o primeiro livro que li do Stephen King mas acho que me estreei em grande. Tudo começa quando um médico, a sua mulher e dois filhos se mudam para uma nova cidade. Na floresta atrás de casa existe um cemitério de animais onde, graças a uma espécie de magia negra (do tempo dos índios), se podem trazer os animais de volta à vida. Foi o que aconteceu com o gato do médico, após ter morrido atropelado e que, graças às forças do cemitério, regressou à vida. Claro que nunca mais foi o mesmo e que regressou como uma espécie de gato “zombie” assassino.
Depois do gato, morre um dos filhos do médico. Trazê-lo de novo à vida terá consequências brutais para ele e para a sua família. A forma como King relata todos os pormenores é absolutamente assustadora. De tal forma que me vou ficar pelo livro, que já me tirou algumas noites de sono. Ficou agora a vontade de continuar a ler as obras deste “mestre do terror”. Já conheciam a história? Vão ler o livro ou preferem ver no cinema?
“Marketing Digital na Prática”, de Paulo Faustino
Encomendei-o assim que saiu e li-o num ápice. Quem trabalha em Marketing Digital precisa de estar sempre atento aos últimos avanços, aos algoritmos e às tendências. É um mundo que está em constante mutação e é fácil esquecermo-nos de alguns pormenores. Para quem já tem experiência em Marketing Digital, não é um livro que traga grandes aprendizagens, mas ensinou-me alguns truques, sobretudo em ferramentas, que não conhecia. Para quem quer começar, é uma leitura obrigatória.
Mais uma vez, o Paulo Faustino acertou em cheio!
“A Rapariga Sem Pele”, de Mads Peder Nordbo
Um muito bom thriller que mexe com um assunto relevante e perturbador: pedofilia. Um jornalista vê-se e embrulhado numa história que envolve um assassinato e que levanta muitos segredos do passado. A narrativa envolvente, alguns detalhes macabros e a composição dos personagens fez-me lembrar a saga Millennium, que é a minha preferida de sempre. Sem dúvida, uma excelente leitura para quem gosta de thrillers nórdicos.
“Raparigas Como Nós”, de Helena Magalhães
Antes de mais, quero começar por dizer que esta não é uma apreciação imparcial. Conheço a @helenaimagalhaes . Não somos amigas, mas conhecemo-nos. Gostei dela mal a conheci. Despretensiosa. Segura de si. Com uma gargalhada alta e genuína. E depois conheci os textos dela, e gostei ainda mais da pessoa que estava por detrás. “Raparigas Como Nós” é o segundo livro que publica e fico verdadeiramente contente por ver mulheres ao meu redor a atingir objectivos, a serem empreendedoras, a darem “à luz” os seus sonhos. Este livro emocionou-me. Transportou-me ao meu primeiro amor, quando tinha uns 15 anos, e a tudo o que ele me fez sentir. Revi-me nas emoções. Naquele amor assolapado e inconsciente de quem ainda não sabe o que é realmente uma relação. Nas esperanças cegas. Nos desgostos que parece que nos rasgam a alma. Fala sobre a nossa inocência, sobre um processo de amadurecimento, sobre os amores que são para ser vividos e os amores que servem para nos fazer crescer.
Ai, “Raparigas Como Nós” é tão bom de se ler. Sabe bem, sabe mesmo bem, transportar-me ao início da minha adolescência e rever tudo aquilo que foi, que moldou quem sou hoje. Parabéns, Helena, por mais um livro brilhante. Pela forma como falas do amor. Por, no mesmo livro, me conseguires soltar gargalhadas mas, pouco depois, chorar que nem uma “Madalena”. Porque aos teus olhos, o amor é ainda mais bonito.
“A Fábrica de Bonecas” de Elizabeth Macneal
“A Fábrica de Bonecas” foi o segundo romance que li este mês, embora com um toque meio thriller também. A história decorre na Londres de 1850. Iris vivia uma vida infeliz a fazer bonecas quando o seu verdadeiro sonho era ser pintora. Quando é convidada a ser modelo de Louis, um pintor que promete, também, ensina-la a pintar, Iris larga a família e entrega-se à arte… e ao amor. Mas enquanto Iris e Louis vivem um amor e paixão intensa, Silas, um coleccionador fascinado por coisas estranhas e mórbidas, desenvolve uma obcessão por Iris assim que a vê pela primeira vez, e que poderá ser o seu fim.
Elizabeth Macneal criou uma história envolvente e personagens pelas quais torcemos… ou receamos. Uma leitura que fala sobre a família, o amor puro mas, acima de tudo, que nos leva a perceber como pensa um homem obcecado e doente.
“Influencia!”, por Maria Gonçalves
Conheço a Maria há mais de 20 anos. Nem sempre fomos melhores amigas, fruto de parvoíces típicas de miúdas adolescentes. Desavenças à parte, crescemos juntas. Partilhámos momentos tão marcantes das nossas vidas juntas. Chorámos até perder forças, passámos noites a desabafar, fizemos noitadas nas discotecas sadinas, ultrapassámos desgostos de amor, rimos até cair para o lado. Vi a Maria mudar mil vezes de casa, lançar o seu primeiro blog, trocar Direito por Marketing, conhecer o amor da sua vida, ter um filho, lançar o seu negócio e, agora, publicar o seu primeiro livro.
Não há palavras que expliquem o orgulho que sinto nela, por agarrar os seus sonhos com unhas e dentes. “Influencia!” transmite verdadeiramente a paixão da Maria por este mundo dos influenciadores digitais. Ensina um pouco de tudo aquilo que é realmente importante para se fazer a diferença enquanto blogger, youtuber, instagrammer, o que for. Porque para influenciar é preciso ter-se paixão, e é isso que a minha Maria tem. Que seja o primeiro de muitos livros que lance, que seja só mais um dos muitos sonhos que vai concretizar.
“O Homem Dos Sussurros”, de Alex North
“O Homem dos Sussurros” é um thriller intenso, pouco adequado a medricas como eu. Mas armei-me em menina crescida e lá fui eu, lendo o livro (sempre de dia, que de noite me dava arrepios) e devorando cada página. Depois da morte da mulher, Tom pegou no filho Jake, de 7 anos, e mudou de cidade na esperança de deixar a tristeza para trás e iniciarem uma nova fase. No entanto, coisas sinistras (re)começaram a acontecer na nova cidade onde, 20 anos antes, cinco meninos foram assassinados misteriosamente pelo “Homem dos Sussurros”. Agora, um novo menino foi raptado e Jake continua a falar com uma “amiga invisível” que lhe dá pistas sobre o possível assassino.
Quem é, afinal, o Homem dos Sussurros que atrai as crianças através das portas e janelas, sussurrando-lhes? Existe, realmente, a amiga invisível sinistra de Jake? Há muitas perguntas por resolver, muitos arrepios na espinha e um desfecho que me surpreendeu, pela positiva. Se gostam de thrillers, é leitura obrigatória para este Verão!