
- Avó: “Filha, então e amores?”
- Eu: “Oh avó, eu não tenho tempo nem para me coçar, quanto mais para procurar um namorado só porque sim. Eu estou bem é assim, sozinha sem que me chateiem a cabeça”
- Avó: “Oh filha, não digas isso porque não é verdade”
- Eu desisto de responder e mudo de assunto.
Quis a vida que eu passasse este Dia dos Namorados solteira. Na verdade, é algo que não acontecia desde 2009 mas, honestamente, está-me a ser completamente indiferente (mesmo fazendo passatempos diários para casais celebrarem o amor e eu a dormir sozinha em casa). Tenho vindo a perceber, nos últimos tempos, que mais vale estar sozinha do que acompanhada de alguém que a) não gosta de nós, b) não nos respeita, c) não nos dá valor, d) é um imbecil, e por aí fora.
Não há nada de errado em estar solteira, apesar do que a sociedade transmite. Estar solteira não é, de todo, estar sozinha. E esta comprometida não é, da mesma forma, sinal de estar acompanhada. Na minha última relação, em que tinha o rótulo de namorada, acabei por estar sozinha na maioria do tempo. Por isso, é tudo muito relativo. E, quanto mais tempo passa, mais me começo a habituar a isto e começa a ser mais fácil ver algumas vantagens. Single ladies out there, vejam se se identificam:
Poupo imenso dinheiro.
Quero começar por aqui porque, bem, a vida está cara. Quando namorava, passava a vida a ir jantar fora, queria oferecer presentes, ir para hotéis, etc. E, claro, a minha conta bancária sentiu-se mais aliviada quando fiquei solteira. Agora, todo o dinheiro é para mim e para os meus projectos e, se vir uns sapatos que gostei, não tenho de pensar 3 e 4 vezes se não seria melhor, em vez disso, comprar um presente para ele.
Consigo ter tempo para mim.
Trabalhar 8 horas por dia, ter um blog, tratar das tarefas da casa e querer ser uma boa namorada fazia com que eu tivesse menos tempo para mim. Aliás, tinha zero tempo para mim e para as coisas que gostava. No fundo, sinto que me anulei enquanto pessoa para poder agradar e dividir o meu tempo com outra. Claro que, quando estamos numa relação, é algo que acontece naturalmente sem pensarmos nisso mas, quando a relação acaba (e especialmente porque ele foi uma besta quadrada), acabamos por nos arrepender do tempo que desperdiçámos nele e que podíamos ter investido em nós.
Não tenho de dar justificações nem discutir com ninguém.
Quem é aquele? Porque é que estavas a falar com ele? E esse que te anda a meter likes no Facebook? Convenhamos – estar solteira significa que não temos de estar a dar justificações a ninguém e, muito menos, discutir. Ou porque ele se atrasou, ou porque não concordam com o restaurante, ou porque estamos com TPM e ele deu-nos uma resposta torta. Para chatices, bastam-nos as nossas. Já para não dizer que há aqueles homens que implicam com tudo: desde a cor das unhas, ao comprimento da saia.
Posso estar com quem quiser, à hora que quiser.
Com homens ou com as minhas amigas, posso sair de casa e chegar à hora que quiser, para estar com quem quiser. Se vir um rapaz giro e ele se meter comigo, posso responder com um sorriso tímido sem me sentir culpada. Se a minha amiga me ligar tarde para ir beber um copo, posso arrancar e chegar de manhã sem ter de pensar que ele se vai chatear. Quero? Faço e vou.
Podia continuar a escrever e este post seria quase infinito. Mas a verdade é que, claro, há tantos ou mais motivos para se estar numa (boa) relação. Não estar numa relação só porque sim, só porque temos medo de ficar sozinhas para sempre, só porque precisamos de conforto. Nós temos de ser o nosso maior pilar, e não um homem. Ele serve para nos complementar, como a cereja no topo do bolo. Mas ele não é o bolo – o bolo somos nós. Nós somos tudo, e eles apenas podem dar um brilho extra. Se não derem, nem vale a pena. Mais vale só do que mal acompanhada.
Mas, encontrando a “pessoa certa”, a vida sabe ainda melhor. Poder chegar a casa e ter um abraço sincero à nossa espera. Alguém que esteja sempre disponível para ouvir as histórias dos nossos dias, para nos ajudar a superar desafios, para nos fazer sentir bonitas, especiais e únicas. Alguém que nos segure a mão na rua, que nos leve a passear e nos faça sonhar com o futuro. Alguém que nos dê estabilidade emocional em vez de destabilizar tudo. Alguém com quem saiba bem fazer conchinha na cama ou no sofá, cujo abraço faça apagar todos os problemas do mundo e cujo beijo nos faça derreter. Essas são as relações – e as pessoas – por quem vale a pena deixar de ser solteira. Tudo o resto é… bom… resto.
Posto isto, se estão numa fase de estar solteiras/os e ainda não conseguem ver as suas vantagens, espreitem o trailer deste filme que estreou na semana passada e que ainda me fez soltar umas boas gargalhadas. “Como Ser Solteira”:
O melhor é não nos colarmos a nenhum rótulo e sermos aquilo que queremos ser, no momento em que queremos ser, porque há sempre um lado bom e um lado menos bom em tudo.:)
Beijinhos,
Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/
Nem mais. O que importa é sermos felizes <3
Ai Bárbara, eu como comprometida há uns anitos vejo uma grande vantagem no ponto de “poupo imenso dinheiro”. Isto de ir jantar fora umas poucas de vezes dá-me cabo do orçamento! eheh :p
Ahaahahah era a minha desgraça também. Sabia sempre bem, mas ressentia-se na conta bancária 😛
Gostei do trailer vou ter de ir ver o filme ^^
beijinho
É giro, dá para rir <3
Estar numa relação em que passamos a maioria do tempo a puxar pela outra pessoa ou a estar sozinhas não nos adianta de nada! Mais vale só que mal acompanhada 😀
Oh e deixa a sociedade falar o que quiser, se estamos solteiras é porque estamos. Se estamos numa relação é porque x, y e z! A maioria das pessoas gosta de falar e dar palpites da vida dos outros
Talvez e pela minha experiência pessoal acrescentava que ser solteira acaba por se ser mais feliz e fazer mais do que se gosta!
Beijinhos ***
Ahahaah nem mais Cláudia, o que interessa é estarmos bem e felizes <3
Muito verdade. Não estou solteira a imensos anos. Mas vivo a um país de distancia do meu namorado (Portugal e Escócia). Consigo por isso usufruir de um pouco do que descreves como solteira. No entanto mesmo quando estávamos mais perto nunca deixei que me impedisse de algo, e sei que cheguei e chego mesmo a por algumas amigas a frente dele. Algumas noites em que saímos os dois e eu fiquei C amigos, ou eu fui ele ficou. Nunca fomos de mts presentes logo nessa tb me safei. Agora que estamos longes acabamos por gastar mais em viagens (vou certamente mais vezes a Portugal por cause dele) Felizmente tb não é muito ciumento.
Quero com isto dizer que o mais importante é encontrar a pessoa que nos deixa ter o nosso espaço, que confia. Não é facil mas existe.
É de louvar conseguir manter-se uma relação assim à distância, é preciso muita confiança e cumplicidade. Que continuem assim por muitos anos <3
Não podia concordar mais!!
<3
Embora não estivesse à espera (há uma/duas semanas atrás isso nem passava pela minha cabeça), também passei o dia de s. Valentim “sozinha” e a trabalhar (como também é o dia do meu aniversário ainda tive algumas boas surpresas dos meus colegas que me ajudaram a passar melhor o dia).
Claro que custou, não vou mentir (em especial porque passei o dia a ver casais super apaixonados), mas ao ler o teu texto, em especial quando dizes “Estar solteira não é, de todo, estar sozinha. E esta comprometida não é, da mesma forma, sinal de estar acompanhada.” dei conta que, se calhar, foi melhor assim e que o tempo vai encarregar-se de amenizar os danos causados por ter confiado e me ter entregue demasiado a quem não mereceu.
Assumir que fracassámos, uma vez mais, custa horrores, mas estar com alguém que nos prova todos os dias que a nossa presença é insignificante é péssimo e custa muito mais.
Beijinhos**